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Zé da Velha, o mais conceituado trombonista de choro em atividade, ganhou o apelido dos seus mestres Pixinguinha, Donga e João da Bahiana. Tocou com Jacob do Bandolim, Valdir Azevedo, Copinha , Abel Ferreira e Joel do Nascimento e junto com Paulo Moura animou muitos bailes de gafieira, levando nossa música a vários paises. Fez base dos discos de Beth Carvalho, Martinho da Vila e muitos outros. Silvério Pontes é filho de trompetista, nasceu apaixonado pelo instrumento tendo iniciado a carreira de trompetista aos oito anos de idade.Teve sua formação em banda de música no interior do Estado do Rio de Janeiro, sendo o único trompetista brasileiro da atualidade que se dedica ao Choro , gênero com uma linguagem brasileiríssima, tendo participado com vários artistas importantes da Música Brasileira como Tim Maia, Luís Melodia e outros tantos.A dupla é considerada pela mídia como a “MENOR BIG BAND DO MUNDO" pela sonoridade reproduzida pelos seus respectivos instrumentos. Da admiração e da amizade marcadas entre esses dois músicos,esse ano fazendo 25 anos de carreira, vamos deixar aqui um pouco dessa história...Sejam Bem Vindos!

Zé da Velha e Silvério Pontes

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

André Diniz lança obra sobre o talento de Pixinguinha | Jornal O Fluminense




André Diniz lança obra sobre o talento de Pixinguinha | Jornal O Fluminense
Por: Aline Novaes 12/02/2012

O historiador niteroiense apresenta o músico de maneira diferenciada, com uma linguagem leve e muitas imagens, algumas até inéditas

“A bênção, Pixinguinha, tu chorastes na flauta todas as minhas mágoas de amor”, disse Vinicius de Moraes, em uma das gravações de Para viver um grande amor, ao saudar alguns companheiros de música. O mestre Vinicius colocou em palavras o sentimento de muitos que se emocionam com as composições de Alfredo da Rocha Viana Filho, o Pixinguinha, que recentemente ganhou mais uma homenagem: o livro Pixinguinha – o gênio e o tempo, escrito pelo historiador niteroiense André Diniz.
Mesmo sendo autor de livros sobre Joaquim Callado, Anacleto Medeiros, Noel Rosa, além de Almanaques do samba, choro e carnaval, André conta que recebeu o convite com certa apreensão. 
“Eu já tenho contato com a literatura do choro há algum tempo, já havia feito um livro sobre o Pixinguinha infantojuvenil com a Juliana Lins, mas quando recebi o convite pensei: ‘Pixinguinha é complicado, é igual Machado de Assis, Portinari, você tem que se debruçar sobre o tema, estudar’”, explica.
Depois de aceitar o convite, a tarefa parecia ainda mais complicada, pois Pixinguinha se dedicou à música durante mais de seis décadas e era necessário pinçar os principais momentos da carreira. De acordo com André, essa foi uma questão enquanto elaborava a biografia. Para resolvê-la, focou no período pós 30 que, segundo o autor, foi uma época de muita produção. Alguns momentos emblemáticos foram registrados, entre eles a viagem dos 8 batutas a Paris, as primeiras apresentações no Rio de Janeiro, o início das produções de arranjos para as rádios e quando as primeiras composições se tornaram famosas, como Carinhoso, Rosa e o choro 1 x 0.
“Fui priorizando o que, de certa maneira, o leitor e o bom ouvinte compreendem que está ligado à história de Pixinguinha. O que esse livro tem são as principais etapas da vida dele e a noção da importância desse músico para a história da música brasileira”, comenta.
André sempre admirou o trabalho de Pixinguinha. Foi na infância que ouviu Carinhoso pela primeira vez e logo se envolveu com o trabalho do flautista, saxofonista, compositor e arranjador. No entanto, o tempo que esteve ligado a Pixinguinha, em virtude do processo de escrita, intensificou ainda mais a relação. De acordo com o historiador, a despedida entre ele e a obra foi marcada por muita emoção, pois remonta o falecimento do músico, que morreu na igreja de Ipanema, durante o Carnaval. No dia, a banda de Ipanema cercou a igreja e tocou Carinhoso. Para relatar esses últimos momentos do flautista, André se permitiu usar a liberdade literária.
“Por incrível que pareça, eu chorei quando terminei o livro. Também fiquei emocionado quando terminei o Noel Rosa (biografia escrita por André em 2010), mas com  o livro do Pixinguinha eu chorei porque fiz um final meio emotivo, estava impregnado da obra, da vida, da história. E ele é uma pessoa muito dócil, muito bacana. Então, você se comove com a história. O próprio final que eu escrevo foi um final que me emociona”, ressalta.
O escritor considera, entretanto, que o grande livro sobre o músico do choro é Pixinguinha - Vida e obra (1977) do jornalista Sérgio Cabral , mas reconhece a importância de seu trabalho. De acordo com ele, Pixinguinha – o gênio e o tempo apresenta o músico de maneira diferenciada para o leitor, com uma linguagem um pouco mais leve e muitas imagens, algumas até inéditas.

Sobre o autor:
André Diniz nasceu em Niterói. É formado em história pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e mestre em memória social pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNI-Rio). É autor de livros como os Almanaques do samba, do choro e do carnaval, além das biografias de Noel Rosa, também pela Editora Casa da Palavra e dos chorões Joaquim Callado e Anacleto Medeiros. Com Juliana Lins, publicou as biografias infantojuvenis de Pixinguinha, Noel Rosa, Braguinha, Adoniran Barbosa e Paulinho da Viola. Foi secretário de Cultura em Niterói e se dedica permanentemente a pesquisas sobre a história da cultura popular brasileira.
Lançamento com bambas
André Diniz lançou Pixinguinha – o gênio e o tempo em uma noite de choro na Toca da Gambá, no Barreto. Entre os músicos que fizeram parte da roda, estavam Zé da Velha - que tocou com Pixinguinha - e Silvério Pontes.
Emocionado, Zé da Velha recordou os momentos com o consagrado músico.
“Eu estava com 16 para 17 anos quando tive o prazer de conhecê-lo. Ele, para mim, era um ídolo. Foi uma escola. A melhor coisa que tive musicalmente foi ele”, lembra.
Para o trompetista Silvério Pontes, Pixinguinha era um gênio da música brasileira. Para acompanhá-lo, é necessário muito estudo.
“Ele é sempre um desafio para o músico brasileiro. Eu toco muitos choros de sua autoria, mas é preciso estar muito em dia com o instrumento para tocar as músicas porque são difíceis”, comenta Silvério, que considera a música do início do século XX a melhor do Brasil e do mundo.

O FLUMINENSE



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